Leishmaniose visceral

Cão com leishmaniose visceral exibindo os sintomas típicos associados à doença na espécie: unhas grandes, emagrecimento intenso, abdómen inchado. Há lesões na região do focinho, nariz. Na ponta das orelhas formam-se lesões secas e esbranquiçadas, sem pelos.

Leishmaniose visceral - também conhecida por seu nome indiano calazar (kala-azar) ou até varíola canina - é uma doença não contagiosa causada, entre outros, por três espécies de protozoários pertencentes ao gênero Leishmania, clínica e biologicamente distintas e com diferentes distribuições geográficas: Leishmania donovani, Leishmania chagasi e Leishmania infantum. Tais protozoários pertencem, juntamente com os agentes etiológicos das leishmanioses cutânea e mucocutânea, da doença de Chagas e da doença do sono, à família Trypanosomatidae.[1] Altamente letal a humanos se não tratada, é uma das seis endemias prioritárias no mundo.[2]

Sua transmissão se dá através de picada de flebotomíneos - também conhecidos como mosquitos-palha, com destaque para a fêmea da espécie Lutzomyia longipalpis. A doença afeta, além do homem, um número considerável de mamíferos, com destaque para os cães e roedores. Em zonas urbanas os cães são o principal reservatório da doença. Em zonas rurais os bovinos e equinos desempenham tal papel.[carece de fontes?]

A forma infectante se dá através das formas promastigotas (flageladas), que uma vez fagocitadas pelas células de defesa do organismo hospedeiro, ao invés de serem por estas digeridas, sofrem transformação - dando origem à forma amastigota (sem flagelo) da Leishmania. As formas amastigotas se reproduzem, rompendo a célula infectada e retornando à corrente sanguínea. Quando ingeridas pelo mosquito, transformam-se novamente em promastigotas no intestino do agente vetor, retornando então ao aparelho bucal do mesmo de forma a serem transferidas para outro hospedeiro, assim completando o ciclo.

No caso humano os parasitos são transportados pela corrente sanguínea por todo o corpo, afetando principalmente os órgãos com considerável concentração de leucócitos - com destaque para medula óssea, fígado, baço e linfonodos - onde se instalam, levando quase sempre a anomalias no tamanho destes, conhecidas como hepatomegalia (fígado), esplenomegalia (baço) e adenomegalia (linfonodos). O período de incubação é variado, podendo chegar a 2 anos, e na ausência de tratamento adequado, a doença é fatal em quase 100% dos casos. Em um quadro geral, dependendo da espécie do animal infectado e da imunidade do espécime em particular, a infecção por Leishmania pode passar despercebida por toda a vida, não evidenciando-se alterações clínicas significativas ou que causem transtornos à vida do animal.

  1. «Leishmaniose visceral (Calazar)». Maria da Conceição Correia. 19 de agosto de 2011. Consultado em 6 de novembro de 2012. Arquivado do original em 3 de março de 2016 
  2. Costa, Danielle Nunes Carneiro Castro; et al. (2018). «Leishmaniose visceral em humanos e relação com medidas de controle vetorial e canino». Revista de Saúde Pública. 52 (92): 2. doi:10.11606/S1518-8787.2018052000381 

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