Lisossomo

Lisossomas (português europeu) Lisossomos (português brasileiro) são organelas celulares citoplasmáticos que possuem a capacidade de degradar partículas. A partir disso, elas desempenham uma importante função de reciclagem de componentes celulares envelhecidos, além de defesa contra agentes externos e participação no processo de autofagia. Os lisossomos estão ainda envolvidos em outros processos celulares, como reparo de membrana e secreção, por exemplo.

Seu objetivo primário é cumprido através da clivagem controlada de macromoléculas (como, por exemplo, proteínas, ácidos nucléicos, polissacarídeos, e lipídios), catalisada por cerca de 80[1] enzimas hidrolíticas, entre as quais se encontram proteases, nucleases, glicosidases, lipases, fosfolipases, fosfatases, e sulfatases. Todas essas enzimas são produzidas no retículo endoplasmático rugoso, transferidas para as bolsas do Complexo de Golgi e depois armazenadas nos endossomos tardios, de onde irão para lisossomos maduros (ou continuarão lá até o endossomo amadurecer em um lisossomo). Elas possuem atividade ótima em pH ácido (aproximadamente 5,0) o qual é mantido com eficiência no interior do lisossomo. Em função disto, o conteúdo do citosol é duplamente protegido contra ataques do conteúdo lisossomal, uma vez que a membrana do lisossomo mantém as enzimas de degradação isoladas do citosol (essa função é exercida, aparentemente, pelos carboidratos que ficam associados à face interna da membrana), mas mesmo em caso de vazamento, essas enzimas terão sua ação inibida pelo pH citoplasmático (aproximadamente 7,2) causando dano reduzido à célula.

Os lisossomos também possuem uma membrana envoltória característica: proteínas transportadoras contidas nessa membrana, permitem que os produtos finais da digestão de macromoléculas (tais como aminoácidos, açúcares, nucleotídeos e até mesmo pequenos peptídeos) transitem para o citosol onde serão excretados ou reutilizados pela célula.[2] A membrana do lisossomo possui também bombas de H+, que, através da hidrólise de ATP, bombeiam íons H+ para o lúmen (como uma ATPase invertida), mantendo assim o pH ácido, ideal para a ação enzimática. A maioria das membranas lisossomais é altamente glicosilada, de modo que lhe é conferida proteção das enzimas contidas no lúmen.

É importante notar, por fim, que a digestão feita pelos lisossomos em células animais não tem a mesma função da digestão em um organismo pluricelular em si mesmo. Em metazoários em geral, os nutrientes chegam nas células já apropriados para a entrada no metabolismo e, portanto, não precisam de um análogo ao estômago ou duodeno intracelular. Assim, o papel do lisossomo não é alimentar a célula, embora isso possa ser feito em certa medida na autofagia. Existem 4 vias principais para a entrega de compostos a serem degradados para o lisossomo: endocitose, macropinocitose - que é um tipo de endocitose -, autofagia e fagocitose.

  1. «Lysosomal Enzymes Research Areas: R&D Systems». www.rndsystems.com. Consultado em 6 de julho de 2018 
  2. Bruce,, Alberts,. Molecular biology of the cell Sixth ed. New York, NY: [s.n.] ISBN 9780815344322. OCLC 887605755 

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