Mahabharata

Mahābhārata महाभारत
Mahabharata
Manuscrito ilustrado da batalha de Kurukshetra, onde se vê o deus Krishna manejando o carro de combate do arqueiro pandava Arjuna, que dispara suas flechas contra os Kuravas
Autor(es) Krishna Dvapayana Vyasa
Idioma Sânscrito
País Índia
Gênero Epopeia

O Mahabharata[1], conhecido também como Maabárata, Mahabarata e Maha-Bharata[2] (devanágari: महाभारत, transl. Mahābhārata), é um dos dois maiores épicos clássicos da Índia, juntamente com o Ramáiana. Sua autoria é atribuída a Krishna Dvapayana Vyasa. O texto é monumental, com mais de 74 000 versos em sânscrito, e mais de 1,8 milhões de palavras; se o Harivamsa for incluído como sendo anexo e parte da obra, chega-se a um total de 90 000 versos, compondo o maior volume de texto numa única obra humana. O Mahabharata deve ter-se originado entre os séculos IV e III a.C., e sua forma final data provavelmente do século IV (período Gupta). Acredita-se que os eventos narrados no poema épico tenham ocorrido entre 1 000 e 900 a.C., embora descobertas arqueológicas recentes sugiram datas ainda anteriores, entre 2 000 e 1 500 a.C.[3]

A origem do Mahabharata está ligada à tradição oral na Índia, que remonta há mais de cinco mil anos[4]. "Mesmo antes que os textos Védicos fossem escritos, eram transmitidos, pelo que se considera um meio especialmente desenvolvido de uma forma sofisticada de transmissão oral"[5]. Ainda hoje a oralidade é um importante meio de transmissão dos textos do Mahabharata.

O Mahabharata é visto por alguns autores como o texto sagrado de maior importância no hinduísmo, e pode ser considerado um verdadeiro manual de psicologia-evolutiva de um ser humano. A obra discute o tri-varga ou as três metas da vida humana: kama ou desfrute sensorial, artha ou desenvolvimento econômico e dharma, a religiosidade que se resume a códigos de conduta moral e rituais. Além dessas metas, o Maabárata trata de moksha, ou a liberação do ciclo de tri-varga e a saída do samsara, ou ciclo de nascimentos e mortes. Em outras palavras, é uma obra que visa ao conhecimento da natureza do "eu" e à sua relação eterna com toda a criação e aquilo que transcende a ela.

O Maabárata estabelece os métodos de desenvolvimento espiritual conhecidos como karma, jñana e bhakti, firmemente adotados pelo hinduísmo moderno. O título pode ser traduzido como "a grande Índia" (literalmente "a grande dinastia de Bárata"), mas o sentido verdadeiro é o de elucidar o grande trajeto percorrido pelo eu (atman) nesta criação material e fora dela.[carece de fontes?]

  1. SCHULBERG, L. Índia histórica. Tradução de J. A. Pinheiro de Lemos. Rio de Janeiro. Livraria José Olympio Editora. 1979. p. 164.
  2. SAMUEL, A. As religiões hoje. Tradução de Benôni Lemos. São Paulo. Paulus. 1997. p. 75.
  3. «Mahabharata could be much older than commonly believed». Tech Explorist (em inglês). 25 de outubro de 2019. Consultado em 25 de outubro de 2019 
  4. ASHKLEY-FARRAND, Thomas. Shakti, Os Mantras da Energia Feminina
  5. HOUBEN, Jan E.M. Vedic ritual as medium in ancient and pre-colonial South Asia: its expansion and survival between orality and writing

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