Malala Yousafzai

 Nota: ""Malala"" redireciona para este artigo. Este artigo é sobre a ativista paquistanesa. Para o documentário sobre ela, veja He Named Me Malala.
Malala Yousafzai
Malala Yousafzai
Yousafzai numa entrevista em 2014
Nome completo Malala Yousafzai
Nascimento 12 de julho de 1997 (27 anos)[1]
Suate, Khyber Pakhtunkhwa, Paquistão
Residência Birmingham, Inglaterra, Reino Unido
Nacionalidade paquistanesa
Progenitores Mãe: Tor Pekai Yousafzai
Pai: Ziauddin Yousafzai
Ocupação estudante, ativista, blogueira
Prémios Prémio Sakharov (2013)

Prémio Internacional Catalunha (2013)
Nobel da Paz (2014)

Malala Yousafzai (em pachto ملاله یوسفزۍ[2] em urdu: ملالہ یوسف زئی Malālah Yūsafzay; Suate, 12 de julho de 1997) é uma ativista paquistanesa. Foi a pessoa mais nova a ser laureada com um prémio Nobel.[3] É conhecida principalmente pela defesa dos direitos humanos das mulheres e do acesso à educação na sua região natal do vale do Suate na província de Khyber Pakhtunkhwa, no nordeste do Paquistão, onde os talibãs locais impedem as jovens de frequentar a escola. Desde então, o ativismo de Malala tornou-se um movimento internacional.

A família de Malala gere uma cadeia de escolas na região. No início de 2009, quando tinha 11-12 anos de idade, Malala escreveu para a BBC um blog sob pseudónimo, no qual detalhava o seu quotidiano durante a ocupação talibã, as tentativas destes em controlar o vale e os seus pontos de vista sobre a promoção da educação para as jovens no vale do Suate. No verão seguinte, o New York Times publicou um documentário[4] sobre o quotidiano de Malala à medida que o exército paquistanês intervinha na região. A popularidade de Malala aumentou consideravelmente, dando entrevistas na imprensa e na televisão e sendo nomeada para o prémio internacional da Criança pelo ativista sul-africano Desmond Tutu.

Na tarde de 9 de outubro de 2012, Malala entrou num autocarro escolar na província de Khyber Pakhtunkhwa. Um homem armado chamou-a pelo nome, apontou-lhe uma pistola e disparou três tiros. Uma das balas atingiu o lado esquerdo da testa e percorreu o interior da pele, ao longo da face e até ao ombro.[5] Nos dias que se seguiram ao ataque, Malala manteve-se inconsciente e em estado grave. Quando a sua condição clínica melhorou foi transferida para um hospital em Birmingham na Inglaterra. Em 12 de outubro, um grupo de 50 clérigos islâmicos paquistaneses emitiu uma fátua contra os homens que a tentaram matar, mas os talibãs reiteraram a sua intenção de matar Malala. A tentativa de assassinato desencadeou um movimento de apoio nacional e internacional. A Deutsche Welle escreveu em 2013 que Malala se tornou "a mais famosa adolescente em todo o mundo".[6] O enviado especial das Nações Unidas para a educação global, Gordon Brown, lançou uma petição da ONU em nome de Malala com o slogan I am Malala ("Eu sou Malala"), exigindo que todas as crianças do mundo estivessem inscritas em escolas até ao fim de 2015, petição que impulsionou a retificação da primeira lei de direito à educação no Paquistão.[7]

Em 29 de abril de 2013, Malala foi capa da revista Time e considerada uma das 100 pessoas mais influentes do mundo. Em 12 de julho do mesmo ano, Malala discursou na sede da Organização das Nações Unidas, pedindo acesso universal à educação. Malala foi ainda homenageada com o prémio Sakharov de 2013. Em fevereiro de 2014, foi nomeada para o World Children's Prize na Suécia.[8] Em 10 de outubro, foi anunciada a atribuição do Nobel da Paz a Malala pela sua luta contra a repressão de crianças e jovens e pelo direito de todas as crianças à educação. Com apenas 17 anos, Malala foi a mais jovem laureada com o Nobel.[9][10] Malala partilhou o Nobel com Kailash Satyarthi, um ativista indiano dos direitos das crianças.[11]

  1. Memmot, Mark (9 de outubro de 2012). «Taliban Say They Shot Teenaged Pakistani Girl Who Exposed Their Cruelty». NPR (em inglês). Consultado em 17 de outubro de 2012 
  2. «‏امنسټي انټرنېشنل پر ملاله یوسفزۍ برید وغانده». BBC Pashto. 18 de outubro de 2012. Consultado em 11 de outubro de 2013 
  3. «Malala Yousafzai Becomes Youngest-Ever Nobel Prize Winner». 10 de outubro de 2014. Consultado em 11 de outubro de 2014 
  4. The New York Times (2009). «Class Dismissed». Consultado em 11 de outubro de 2012 
  5. Schifrin, Nick (7 de outubro de 2013). «The 72 Hours That Saved Malala: Doctors Reveal for the First Time How Close She Came to Death». Yahoo News. Consultado em 10 de outubro de 2014 
  6. Kyle McKinnon (18 de janeiro de 2013). «Will Malala's Influence Stretch to Europe?». Consultado em 24 de julho de 2013 
  7. «Quiet Progress for Education in Pakistan». Brookings Institution. 8 de abril de 2013. Consultado em 13 de outubro de 2013 
  8. «Malala nominated for 'Children's Nobel Prize'». The Hindu. 7 de fevereiro de 2014. Consultado em 11 de outubro de 2014 
  9. Público (10 de outubro de 2014). «Malala, o jovem rosto do Nobel da Paz». Consultado em 17 de outubro de 2014 
  10. «The Nobel Peace Prize for 2014». Nobel Media AB. 10 de outubro de 2014. Consultado em 10 de outubro de 2014 
  11. Alan Cowell e Declan Walshoct (10 de outubro de 2014). «Nobel Peace Prize for Malala Yousafzai and Kailash Satyarthi». New York Times. Consultado em 10 de outubro de 2014 

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