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O misticismo judaico é tido como a parte mística do judaísmo. O estudo acadêmico do misticismo judaico, especialmente desde a obra de Gershom Scholem As Grandes Correntes no Misticismo Judaico (1941), distingue entre diferentes formas de misticismo em diferentes épocas da história judaica. Destes, a Cabala, que surgiu na Europa do século XII, é a mais conhecida, mas não a única forma tipológica, ou a mais antiga a surgir. Entre as formas anteriores estavam o misticismo merkabah (c. 100 a.C. - 1000 AD) e o chassidismo asquenaze (Hasidim medieval, início do século XIII AD) na época do surgimento cabalístico.
Para alguns judeus a Cabala (também cabalá, Kabbalah, Qabbala, cabbala, cabbalah, kabala, kabalah, kabbala) é um estudo dedicado a parte 'mística' da Torá, como acerca dos Anjos ou mesmo a natureza divina de Deus e uma forma de se aproximar deste (como é o sufismo no Islão), sendo formada por sistemas religiosos-filosóficos que investigam a natureza divina. Cabala (קבלה) significa é uma palavra de origem hebraica que significa "tradição recebida, recepção", um termo usado anteriormente em outros contextos judaicos, mas que os cabalistas medievais adotaram à sua própria doutrina para expressar a crença de que não estavam inovando, mas apenas revelando a antiga tradição esotérica oculta da Torá. Esta questão está cristalizada até hoje por visões alternativas sobre a origem do Zohar, o texto principal da Cabala. Os cabalistas tradicionais a consideram originária dos tempos tanaíticos, redigindo a Torá Oral, portanto, não fazem uma distinção nítida entre a Cabala e o misticismo judaico rabínico inicial.[1] Os acadêmicos consideram ela uma síntese dos tempos medievais, mas assimilando e incorporando em si formas anteriores da tradição mística judaica, bem como outros elementos filosóficos.[2]
O aspecto teosófico da Cabala em si se desenvolveu através de duas formas históricas: "Cabala Medieval/Clássica/Zohárica" (c.1175 – 1492 – 1570), e Cabalá Luriânica (1569 AD – hoje), que assimilou a Cabala Medieval em seu sistema mais amplo e se tornou a base da Cabala judaica moderna. Depois de Luria, duas novas formas místicas popularizaram a Cabala no judaísmo: movimentos sabateanos antinomianos-heréticos (1666 – século XVIII AD) e judaísmo hassídico (1734 AD – hoje).[3] No judaísmo contemporâneo, as únicas formas principais de misticismo judaico seguidas são a Cabala Luriânica esotérica e seus comentários posteriores, a variedade de escolas no judaísmo chassídico e o neo-hassidismo (incorporando a neo-cabalá) em denominações judaicas não-ortodoxas.
Duas tradições sincréticas não-judaicas também popularizaram a Cabala Judaica através de sua incorporação como parte da cultura esotérica ocidental geral do Renascimento em diante: a Cabala cristã teológica (c. séculos XV - XVIII) que adaptou a doutrina cabalística judaica à crença cristã, e sua ramificação ocultista divergente, a Cabala hermética ("Qabalah", século XV – hoje), que se tornou um elemento principal nas sociedades e ensinamentos esotéricos e mágicas.[4][5] Quanto às tradições separadas de desenvolvimento fora do judaísmo, baseadas nele, adaptando-se sincronicamente e com natureza e objetivos diferentes do misticismo judaico, elas não estão listadas nesta página.