Este artigo ou secção contém uma lista de referências no fim do texto, mas as suas fontes não são claras porque não são citadas no corpo do artigo, o que compromete a confiabilidade das informações. (Maio de 2010) |
A Jornada do Herói ou monomito é um conceito de jornada cíclica presente em mitos, segundo o escritor e mitologista Joseph Campbell. Como conceito de narratologia e mitologia comparada, é o modelo comum de histórias que envolvem um herói que parte em uma aventura, é vitorioso em uma crise decisiva e retorna à casa mudado ou transformado.[1]
O termo aparece pela primeira vez em 1949, no livro de Campbell The Hero with a Thousand Faces ("O Herói de Mil Faces").[2] Eventualmente, os estudos do padrão de mito do herói foram popularizados por Campbell, influenciado pela psicologia analítica de Carl Jung.[1] No entanto, Campbell era um conhecido estudioso da obra de James Joyce (em 1944 publicara, em coautoria com Henry Morton Robinson, a resenha A Skeleton Key to Finnegans Wake, “Uma Chave-Mestra para Finnegan's Wake”[1]) e tomou emprestado o termo monomyth (monomito) do conto Finnegan's Wake, do autor irlandês.
Figuras anteriores propuseram conceitos semelhantes, incluindo o psicólogo Otto Rank e o antropólogo amador Lord Raglan, que discutem padrões narrativos de heróis em termos de psicanálise freudiana e ritualismo.[1] Campbell e outros acadêmicos, tais como Erich Neumann, descrevem as narrativas de Gautama Buddha, Moisés e Cristo em termos do monomito e Campbell afirma que mitos clássicos de muitas culturas seguem esse padrão básico. O padrão do monomito foi adotado também por George Lucas para a criação da saga Star Wars, tanto na trilogia original quanto suas "prequências".
O roteirista de Hollywood e executivo da indústria cinematográfica Christopher Vogler também usou as teorias de Campbell para criar um memorando para os estúdios Disney, depois desenvolvido como o livro "The Writer's Journey: Mythic Structure For Writers" (A Jornada do Escritor: Estrutura Mítica para Roteiristas). Este trabalho influenciou os 10 filmes produzidos pela empresa entre 1989 (A Pequena Sereia) e 1998 (Mulan), além da trilogia Matrix das irmãs Wachowski.
A ideia de monomito em Campbell explica sua ubiquidade por meio de uma mescla entre o conceito junguiano de arquétipos, forças inconscientes da concepção freudiana, e a estruturação dos ritos de passagem por Arnold van Gennep. Desde o final dos anos 1960, com o advento do pós-estruturalismo, teorias como as do monomito (que são dependentes de abordagens baseadas no estruturalismo) perderam terreno nos círculos acadêmicos. Este padrão da "jornada do herói" ainda é influente entre artistas e intelectuais mundo afora, no entanto, o que pode indicar a utilidade contínua e a influência ubíqua dos trabalhos de Campbell (e assim como evidência sobre a importância e validade dos modelos psicológicos freudiano e especialmente junguiano).