O palladianismo ou arquitetura palladiana é um estilo arquitetônico derivado da obra prática e teórica do arquiteto italiano Andrea Palladio (1508-1580), um dos mais influentes personagens de toda a história da arquitetura do Ocidente. O termo palladianismo pode se referir à estética pessoal do próprio Palladio, mas é mais usado para descrever a sua escola como um todo. E como esta é o resultado de uma evolução mais ampla que inclui a contribuição original de muitos outros autores depois dele, atravessando os séculos, com muitos eclipses e ressurgimentos, às vezes se dá a certas etapas desta continuidade, principalmente do século XVIII em diante, o nome de neopalladianismo. O modelo teórico palladiano era baseado principalmente numa síntese entre empirismo e idealismo, e técnico-formalmente estava fundado na simetria, na perspectiva e nos valores da arquitetura clássica greco-romana, valorizando especialmente os princípios estabelecidos pelo tratadista romano Vitrúvio, cuja obra teórica De Architectura se preservou. Palladio, assim como outros artistas do Renascimento, usava uma série de conceitos matemáticos para o estabelecimento de proporções que eram associados à filosofia pitagórica, platônica e neoplatônica, que para ele eram essenciais para a conquista da beleza, da funcionalidade e da solidez estrutural, os "três pilares" da sua doutrina, apresentados em seu próprio tratado, I Quattro Libri dell'Architettura (1570), cuja repercussão se tornou quase tão vasta quanto o de Vitrúvio. Contudo, seu exemplo não foi sempre adotado literalmente por seus seguidores, surgindo mais tarde um sem-número de interpretações individuais.[1][2]
Depois da morte de Palladio seu estilo rapidamente saiu de moda na maior parte dos lugares, mas especialmente na Inglaterra lançou fundas raízes e deixou um valioso legado entre meados do século XVII e o início do século XIX. Também foi de enorme importância nos Estados Unidos mais ou menos no mesmo período, levado para lá por colonos ingleses. Além desses dois principais centros de difusão, o palladianismo pôde frutificar com maior ou menor sucesso em muitas outras partes da Europa e das Américas, sendo uma das bases para a formação da arquitetura neoclássica. Ao longo de sua trajetória o palladianismo sofreu muitos ataques, principalmente por parte daqueles que não concordavam com seus aspectos idealistas e coletivistas, e preferiam buscar soluções derivadas da sensibilidade individual. Apesar ser bem menos influente ao longo século XIX, continuou a ser usado, mas com o advento do Modernismo no início do século XX praticamente desapareceu, sendo considerado um anacronismo. Contudo, o trabalho de teóricos ingleses, junto com outros, fez com que fosse gradualmente reapreciado. Entre os anos 40 e 50 já servia novamente de inspiração para muitos jovens arquitetos, e nos dias de hoje ainda se podem encontrar ecos de sua linguagem na construção de muitos criadores importantes.[1][2]