Pancreatite | |
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Pâncreas e órgãos envolventes | |
Especialidade | Gastroenterologia, cirurgia geral |
Sintomas | Dor na parte superior do abdómen, náuseas, vómitos, febre, fezes oleosas[1] |
Complicações | Infeções, hemorragias, diabetes[1] |
Duração | Aguda ou crónica[1] |
Tipos | Pancreatite aguda e pancreatite crónica |
Causas | Pedras na vesícula, consumo excessivo de álcool, trauma direto, alguns medicamentos, papeira[1] |
Fatores de risco | Fumar[2][3] |
Método de diagnóstico | Amilase ou lipase do sangue[1] |
Tratamento | Terapia intravenosa, analgésicos, antibióticos[1] |
Frequência | 8,9 milhões (2015)[4] |
Mortes | 132 700 (2015)[5] |
Classificação e recursos externos | |
CID-10 | K85, K86.0–K86.1 |
CID-9 | 577.0–577.1 |
OMIM | 167800 |
DiseasesDB | 24092 |
MedlinePlus | 001144 |
eMedicine | emerg/354 |
MeSH | D010195 |
Leia o aviso médico |
Pancreatite é a inflamação do pâncreas.[1] O pâncreas é um órgão volumoso na parte posterior do estômago que produz enzimas digestivas e uma série de hormonas.[1] Existem dois tipos principais: pancreatite aguda e pancreatite crónica.[1] Os sinais e sintomas de pancreatite mais comuns são dor na parte superior do abdómen, náuseas e vómitos.[1] Em muitos casos a dor espalha-se para as costas e é geralmente muito intensa.[1] Na pancreatite aguda, pode ocorrer febre e os sintomas geralmente desaparecem ao fim de alguns dias.[1] Na pancreatite crónica pode ocorrer perda de peso, fezes oleosas e diarreia.[1] Entre as possíveis complicações estão infeções, hemorragias, diabetes ou problemas que afetam outros órgãos.[1]
As causas mais comuns de pancreatite aguda são Pedras na vesícula e consumo excessivo de álcool.[1] Entre outras possíveis causas estão trauma direto, alguns medicamentos, infeções como a papeira e tumores, entre outras.[1] A pancreatite crónica pode desenvolver-se em resultado de um episódio de pancreatite aguda e geralmente tem origem em consumo excessivo de álcool ao longo de vários anos.[1] Entre outras possíveis causas estão a níveis elevados de lípidos no sangue, níveis elevados de cálcio no sangue, alguns medicamentos e algumas distúrbios genéticos como a fibrose cística.[1] Fumar aumenta o risco de pancreatite, tanto aguda como crónica.[2][3] O diagnóstico de pancreatite aguda tem por base um aumento três vezes superior dos níveis no sangue de amilase ou lipase.[1] Na pancreatite crónica estes valores podem-se apresentar normais.[1] Em alguns casos podem ser realizados exames imagiológicos como ecografias ou tomografias computorizadas.[1]
O tratamento de pancreatite aguda é geralmente realizado com terapia intravenosa, analgésicos e, em alguns casos, antibióticos.[1] Geralmente é proibida a ingestão de alimentos ou bebidas, sendo colocada uma sonda nasogástrica no estômago.[1] Nos casos em que o ducto pancreático se encontra bloqueado, pode ser aberto com um procedimento denominado colangiopancreatografia retrógrada endoscópica.[1] Em pessoas com pedra na vesícula, em muitos casos a vesícula biliar também é removida.[1] Na pancreatite crónica, para além das medidas anteriores pode ser realizada a alimentação temporária através da sonda nasogástrica de modo a providenciar nutrição adequada.[1] Em alguns casos podem ser necessárias alterações na dieta, administração de enzimas pancreáticas ou cirurgia para remover partes do pâncreas.[1]
Em 2015, ocorreram em todo o mundo cerca de 8,9 milhões de casos de pancreatite.[4] A doença foi a causa de 132 700 mortes, um aumento em relação às 83 000 em 1990.[5][6] A incidência da pancreatite aguda é de 30 em cada 100 000 pessoas por ano.[2] Todos os anos, desenvolvem-se novos casos de pancreatite crónica em cerca de 8 em cada 100 000 pessoas.[7] A doença é mais comum entre homens do que em mulheres.[1] Na maior parte dos casos, a pancreatite crónica tem início entre os 30 e 40 anos de idade, sendo rara em crianças.[1] A pancreatite aguda foi descrita pela primeira vez em 1882 e a pancreatite crónica em 1946.[7]