Pedofilia

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Pedofilia
Especialidade psiquiatria, psicologia
Classificação e recursos externos
CID-10 F65.4
CID-9 302.2
CID-11 517058174
MeSH D010378
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Pedofilia é um transtorno psiquiátrico em que um adulto ou adolescente mais velho sente uma atração sexual primária ou exclusiva por crianças pré-púberes, geralmente abaixo dos 11 anos de idade.[1][2] Tal como um diagnóstico médico, critérios específicos para o transtorno classificam a pré-puberdade até os 13 anos.[1] Uma pessoa que é diagnosticada com pedofilia deve ter ao menos 16 anos de idade, mas adolescentes devem ser pelo menos cinco anos mais velhos que a criança pré-púbere para que a atração possa ser diagnosticada como pedofilia.[1][2] A pedofilia é uma cronofilia, mas não é considerada pela Associação Americana de Psiquiatria como uma orientação sexual.[3]

Série de artigos sobre
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É denominada como "transtorno pedófilo" no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), que define a pedofilia como uma parafilia em que adultos ou adolescentes com 16 anos de idade ou mais velhos têm impulsos sexuais intensos e recorrentes em relação a crianças.[1] A Classificação Internacional de Doenças (CID-10) define como uma preferência sexual por crianças pré-púberes ou no início da puberdade.[4]

No uso popular, a palavra pedofilia é muitas vezes aplicada a qualquer interesse sexual por crianças ou ao ato de abuso sexual infantil.[5][6] Este uso acaba por fundir a atração sexual (pedofilia) com o ato de abuso (abuso sexual infantil) e não faz distinção entre atração por pré-púberes e púberes ou menores pós-púberes.[7][8] Os pesquisadores recomendam que estes usos imprecisos do termo sejam evitados porque, embora as pessoas que cometem abuso sexual de crianças, por vezes, apresentem o distúrbio,[6][9] o criminoso que comete um abuso sexual infantil não pode ser chamado de pedófilo a menos que tenha um interesse sexual exclusivo por crianças pré-púberes.[7][10][11] Ademais, nem todos os pedófilos molestam crianças.[5][6][12][13] É estimado que 30 a 50% das pessoas que cometem abuso sexual infantil sejam pedófilas.[14]

A pedofilia foi reconhecida e classificada formalmente pela primeira vez no final do século XIX. Uma quantidade significativa de pesquisas na área tem ocorrido desde a década de 1980. Embora na maior parte documentado em homens, há também mulheres que apresentam o distúrbio[15][16] e pesquisadores supõem que as estimativas disponíveis sub-representem o verdadeiro número de pedófilos do sexo feminino.[17] Não existe uma cura para a pedofilia, mas há terapias que podem reduzir a incidência com que um paciente possa cometer um abuso sexual infantil.[6] Nos Estados Unidos, criminosos sexuais que são diagnosticados com algum transtorno mental, particularmente a pedofilia, podem ser alvo de tratamento involuntário permanente.[18] As causas exatas da pedofilia ainda não foram conclusivamente estabelecidas.[19] Alguns estudos sobre o transtorno em agressores sexuais de crianças têm correlacionado com várias anormalidades neurológicas e patologias psicológicas.[20]

  1. a b c d «Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, 5th Edition». American Psychiatric Publishing. 2013. Consultado em 25 de julho de 2013 
  2. a b «The ICD-10 Classification of Mental and Behavioural Disorders Diagnostic criteria for research World» (PDF). World Health Organization/ICD-10. 1993. Consultado em 10 de outubro de 2012 
  3. Janssen, Diederik F. (outubro de 2015). «'Chronophilia': Entries of Erotic Age Preference into Descriptive Psychopathology». Medical History (em inglês) (4): 575–598. ISSN 0025-7273. PMID 26352305. doi:10.1017/mdh.2015.47. Consultado em 18 de dezembro de 2023 
  4. «International Statistical Classification of Diseases and Related Health Problems 10th Revision (ICD-10) Version for 2010». ICD-10. Consultado em 17 de novembro de 2012 
  5. a b Seto, Michael (2008). Pedophilia and Sexual Offending Against Children. Washington, DC: American Psychological Association. p. vii 
  6. a b c d Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome faganJAMA
  7. a b Ames MA, Houston DA (agosto de 1990). «Legal, social, and biological definitions of pedophilia». Arch Sex Behav. 19 (4): 333–42. PMID 2205170. doi:10.1007/BF01541928 
  8. Lanning, Kenneth (2010). «Child Molesters: A Behavioral Analysis» (PDF). National Center for Missing & Exploited Children. Consultado em 29 de junho de 2015. Arquivado do original (PDF) em 24 de dezembro de 2010 
  9. Hall RC, Hall RC (2007). «A profile of pedophilia: definition, characteristics of offenders, recidivism, treatment outcomes, and forensic issues». Mayo Clin. Proc. 82 (4): 457–71. PMID 17418075. doi:10.4065/82.4.457 
  10. Blaney, Paul H.; Millon, Theodore (2009). Oxford Textbook of Psychopathology (Oxford Series in Clinical Psychology) 2nd ed. [S.l.]: Oxford University Press, USA. p. 528. ISBN 0-19-537421-5. Some cases of child molestation, especially those involving incest, are committed in the absence of any identifiable deviant erotic age preference. 
  11. Edwards, M. (1997) "Treatment for Paedophiles; Treatment for Sex Offenders". Paedophile Policy and Prevention, Australian Institute of Criminology Research and Public Policy Series (12), 74-75.
  12. Feelgood S, Hoyer J (2008). «Child molester or paedophile? Sociolegal versus psychopathological classification of sexual offenders against children». Journal of Sexual Aggression. 14 (1): 33–43. doi:10.1080/13552600802133860 
  13. Seto MC (2009). «Pedophilia». Annual Review of Clinical Psychology. 5: 391–407. PMID 19327034. doi:10.1146/annurev.clinpsy.032408.153618 
  14. Riberas-Gutiérrez, María; Prieto Ursúa, María; Bueno-Guerra, Nereida (2023). «Intervention Needs in Prison With Pedophile Inmates». Papeles del Psicólogo - Psychologist Papers (em espanhol) (1): 11–18. ISSN 0214-7823. doi:10.23923/pap.psicol.3027. Consultado em 11 de março de 2024 
  15. Seto, Michael (2008). Pedophilia and Sexual Offending Against Children. Washington, DC: American Psychological Association. pp. 72–74 
  16. Goldman, Howard H. (2000). Review of General Psychiatry. [S.l.]: McGraw-Hill Professional Psychiatry. p. 374. ISBN 0-8385-8434-9 
  17. Lisa J. Cohen, PhD and Igor Galynker, MD, PhD (8 de junho de 2009). «Psychopathology and Personality Traits of Pedophiles». Psychiatric Times. Consultado em 7 de março de 2014 
  18. Seto, Michael (2008). Pedophilia and Sexual Offending Against Children. Washington, DC: American Psychological Association. p. xii, 186 
  19. Seto, Michael (2008). Pedophilia and Sexual Offending Against Children. Washington, DC: American Psychological Association. p. 101 
  20. Seto, Michael (2008). «Pedophilia: Psychopathology and Theory». In: Laws, D. Richard. Sexual Deviance: Theory, Assessment, and Treatment, 2nd edition. [S.l.]: The Guilford Press. p. 168 

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