Psicologia da personalidade

Psicologia da personalidade ou psicologia diferencial é a parte da psicologia que se dedica a descrever e explicar "as particularidades humanas duradouras, não patológicas e que influenciam o comportamento dentro de uma determinada população".[1] Além disso tem essa disciplina o objetivo de integrar os resultados empíricos em uma teoria da personalidade e de desenvolver métodos para o psicodiagnóstico e fundamentá-los teoricamente. Enquanto alguns autores usam ambos os termos como sinônimos, outros preferem tratá-los como duas disciplinas diferentes.

O termo psicologia diferencial foi introduzido pelo psicólogo alemão W. Stern (1911),[2] que expressava com ele um dos três diferentes campos de estudo em que ele dividia a psicologia: (i) uma "psicologia individual", que se dedica ao estudo do indivíduo, (ii) uma "psicologia especial", que se deveria dedicar ao estudo de características de grupos e (iii) uma "psicologia diferencial stricto sensu", que deveria estudar as diferenças entre indivíduos e entre grupos. Como se vê, a terminologia de Stern não é clara – pois ele usa a palavra diferencial com dois sentidos diferentes – e além disso sua "psicologia diferencial lato sensu" abrange áreas tradicionalmente atribuídas à psicologia clínica, à psicologia social e à psicologia do desenvolvimento. Essa falta de clareza levou o termo a desaparecer da literatura científica anglófona desde a década de 70 do século XX. Em alemão hodierno o termo se refere a uma parte da psicologia da personalidade que trabalha com métodos diferenciais.[3]

Importantes temas são o diagnóstico de inteligência (ver quociente de inteligência), a criatividade, bem como a questão mais genérica a respeito da origem de tais diferenças, por exemplo, se elas se devem mais a diferenças genéticas (ver hereditariedade) ou mais à experiência de vida de cada um.

O uso científico do termo personalidade pela psicologia diferencial difere daquele típico da psicologia do senso comum. A psicologia científica busca a formação de um modelo teórico de personalidade, enquanto as teorias do senso comum se baseiam muitas vezes em processos de atribuição subjetivos: por exemplo, a partir de determinado comportamento de alguém, se diz que ele tem uma "personalidade forte". Exemplos de paradigmas científicos para o estudo da personalidade são: o paradigma psicoanalítico, o interacionista, o comportamental, o evolucionista e o cognitivista.[3]

  1. Asendorpf, Jens B. (2004). Psychologie der Persönlichkeit (3. Aufl.). Berlin: Springer, pág. 11.
  2. Stern, W. (1911). Die dieferenzielle Psychologie in ihren methodischen Grundlagen. Leipzig: Basth (Reprint 1994, Bern: Huber).
  3. a b Asendorpf, Jens B. (2004). Psychologie der Persönlichkeit (3. Aufl.). Berlin: Springer.

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