Quarto caminho

G. I. Gurdjieff, fundador do movimento.

O Quarto Caminho é um método de autoconhecimento e autotransformação desenvolvido e apresentado ao ocidente pelo mestre espiritual e professor de dança armênio George Ivanovich Gurdjieff (1866-1949).[1]

Defende que poderíamos simplesmente escolher um dos métodos tradicionais, tal qual o físico (como o faquir), o emocional (como o monge) ou o intelectual (como o iogue), mas que isto seria muito difícil no mundo ocidental.[2] Segundo Gurdjieff, o Quarto Caminho seria um meio mais rápido do que os três primeiros, porque combina simultaneamente o trabalho nos três centros (motor, emocional e intelectual), em vez de se concentrar em um. Poderia ser seguido por pessoas comuns na vida cotidiana, não precisando se retirar no deserto. O Quarto Caminho envolve certas condições impostas por um professor, mas a aceitação cega delas é desencorajada. Cada aluno é aconselhado a fazer apenas o que eles entendem e verificar por si mesmos as ideias do ensino.

P. D. Ouspensky documentou Gurdjieff dizendo que na antiguidade havia ainda outros caminhos que não existem mais e os caminhos então existentes não estavam tão divididos, eles ficavam muito próximos um do outro. O quarto modo difere dos antigos pelo fato de que nunca é um caminho permanente. Não tem formas definidas e não há instituições relacionadas a ele. [3]

O Quarto Caminho aborda a questão do lugar da humanidade no Universo e as possibilidades de desenvolvimento interior. Enfatiza que as pessoas normalmente vivem em um estado chamado de "sono desperto" semi-hipnótico, enquanto níveis superiores de consciência, virtude, unidade de vontade são possíveis. Ensina como aumentar e concentrar a atenção e a energia de várias maneiras, e minimizar o sonhar acordado e a ausência de espírito. Esse desenvolvimento interior em si mesmo é o começo de um possível processo posterior de mudança, cujo objetivo é transformar o homem em "o que ele deveria ser".[3]

No método do Quarto Caminho, seria necessário, em muitos momentos, um sobreesforço para atingir um objetivo, evitando o esmorecimento. Há também o estudo sobre o sofrimento, do qual nasce a tensão e passa a operar a chamada "Lei das Três Forças" (o princípio positivo, o negativo e o neutro, os elementos carbono, oxigênio e nitrogênio da "química oculta"). [3]

Para seguir esse "caminho", seria preciso determinação, a qual ordinariamente não temos. Para que a tivéssemos teríamos que ter cristalizado um "corpo superior", o corpo causal. O amo (a vontade) daria suas instruções ao cocheiro (a mente) e este conduziria o cavalo (os sentimentos e as emoções) atrelado à carruagem (os instintos do corpo físico).

Este esforço partiria de uma decepção[4]. Segundo Gurdjieff, "se éramos materialistas, deveríamos estar decepcionados com o materialismo. Se éramos ocultistas, decepcionados com o ocultismo. Se cristãos, decepcionados com o cristianismo. Se téosofos, decepcionados com a teosofia." [3]

  1. The Gurdjieff Society. «About Gurdjieff» (em inglês). Consultado em 15 de Março de 2011 
  2. Instituto Nokhooja. «Quarto Caminho: Uma Breve Introdução». Consultado em 15 de Março de 2011 
  3. a b c d Ouspensky, P. (1949). Fragmentos de um Ensinamento Desconhecido. São Paulo: Pensamento 
  4. Julius Evola (16 de Abril de 1972). «Monsieur Gurdjieff» (PDF). Diário Roma. Consultado em 15 de Março de 2011. Arquivado do original (pdf) em 11 de fevereiro de 2011 

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