Sapal é a designação dada às formações aluvionares periodicamente alagadas pela água salobra e ocupadas por vegetação halofítica ou, em alguns casos, por mantos de sal.[1]
O sapal é um ecossistema de grande importância ecológica, que possui um papel preponderante no equilíbrio do ciclo de matéria orgânica numa perspectiva de produtores primários.
Contém uma enorme diversidade faunística e florística de relevo nacional e internacional, principalmente como habitat de aves aquáticas migratórias ou não (ver Convenção de Ramsar).
Existem dois tipos de sapal, um fluvial e outro marinho, formado por uma diversidade de canais anastomosados, de grande hidrodinamismo de marés, que alternam com pequenas elevações de substrato. Este biótopo encontra-se sobre a acção de diversos factores ambientais naturais, como os rápidos fluxos tidais, a constante erosão do substrato lodoso, com pequena granulometria, que fazem deste um habitat singular e selectivo. Por outro lado existem factores relacionados com a acção humana, tais como a poluição, o pisoteio, presença de infraestruturas (estradas, habitações, complexos turísticos e outros), que afectam o ecossistema a um nível superior. Um tipo de sapal marinho das regiões tropicais é o mangal ou manguezal.
Os sapais têm sido historicamente ameaçados por práticas de gestão costeira mal implementadas, com terras recuperadas para uso humano ou poluídas pela agricultura a montante ou outros usos costeiros industriais. Além disso, a elevação do nível do mar causada pelas mudanças climáticas está colocando em risco outros pântanos, por meio da erosão e submersão de pântanos de maré.[2][3] No entanto, o reconhecimento recente por ambientalistas e pela sociedade em geral da importância dos sapais para a biodiversidade, produtividade ecológica e outros serviços ecossistêmicos, como sequestro de carbono, levou a um aumento na restauração e gestão de sapais desde a década de 1980.