Sistema de acasalamento

Sistema de acasalamento é o modo que um determinado grupo ou população estão organizados quanto ao comportamento sexual. O significado preciso do termo depende do contexto em que é inserido. Em animais, isso se refere em como se ocorrem as cópulas, especificando quais machos copulam e com quais e quantas fêmeas, e vice-versa. Os sistemas de acasalamento em animais são: monogamia, poliginia, poliandria, poliginandria e promiscuidade.

Monogamia: Consiste num relacionamento onde há a presença de apenas um parceiro sexual, podendo ser em série, que a monogamia ocorre durante um determinado período de tempo.

Poliginia: Prática de um relacionamento no qual um macho possui mais de uma fêmea como sua parceira sexual.  

Poliandria: Interação sexual na qual a fêmea se relaciona com dois ou mais machos durante o período sexual e parental.[1]

Apesar de ser uma relação na qual a fêmea possui vários parceiros, são citados alguns mecanismos de competição entre os machos e como eles serão afetados.  

Seus mecanismos variam de espécies, mas entre eles são conhecidos: a capacidade de controlar a quantidade de esperma ejaculado, a secreção de proteínas que irão anular a receptividade da fêmea, a inserção de tampões na entrada da vagina que evitará que a mesma copule com outros machos, e o mais clássico, a proteção das fêmeas contra possíveis competidores sexuais.[2][3]

Poliginandria: Ocorre a interação sexual entre vários machos e fêmeas com a formação de relacionamentos instáveis. [4] Trazendo como o principal benefício a variabilidade genética.

Promiscuidade: caracteriza-se por um relacionamento onde não há o compromisso dos parceiros após a cópula, sem que haja exclusividade entre eles.

Ferreirinha-alpina

Cada um apresenta vantagens e desvantagens para cada indivíduo, envolvendo estratégias que podem levar até mesmo à morte. Como por exemplo: os zangões de Apis melliphera morrem após a cópula com a abelha rainha, apresentando um exemplo de monogamia onde acontece o suicídio sexual. Esse tipo de estratégia permite a passagem exclusiva de genes do macho, caso esse tenha menor possibilidade de encontrar outra fêmea. Outro exemplo de estratégia.

O pássaro Ferreirinha (Prunella collaris) fêmea, que possui o território sendo controlado por seu macho social utiliza da estratégia de manter outros machos ao redor de seu território, e quando o macho alfa estiver fora ela estará apta a copular com o macho subordinado. Fêmeas dessa espécie podem acasalar até 12 vezes por hora, resultando em centenas de cópulas até sua ovoposição. Neste caso o benefício da relação poliândrica será o cuidado parental de ambos os machos, uma vez que os dois tenham a frequência necessária de cópula durante o período. [5]

Borrelho-de-coleira-interrompida

Há também o abandono do parceiro, como no borrelho-de-coleira-interrompida, Charadrius alexandrinus, e não há a formação de um grupo seleto. Nesse caso, um dos parceiros abandona seu atual companheiro, o deixando tomar conta de sua prole já nascida, e vai atrás de outro indivíduo para conquistar e reproduzir. Tanto o macho quanto a fêmea podem apresentar tal comportamento, sendo mais comum neste primeiro.[6]

Em sociobiologia humana, o conceito foi estendido de forma a englobar o casamento.

  1. Boulton, Rebecca A.; Shuker, David M. (dezembro de 2013). «Polyandry». Current Biology (24): R1080–R1081. ISSN 0960-9822. doi:10.1016/j.cub.2013.09.042. Consultado em 2 de novembro de 2021 
  2. García-González, Francisco; Simmons, Leigh W. (janeiro de 2007). «Paternal Indirect Genetic Effects on Offspring Viability and the Benefits of Polyandry». Current Biology (1): 32–36. ISSN 0960-9822. doi:10.1016/j.cub.2006.10.054. Consultado em 2 de novembro de 2021 
  3. Kvarnemo, Charlotta; Simmons, Leigh W. (5 de março de 2013). «Polyandry as a mediator of sexual selection before and after mating». Philosophical Transactions of the Royal Society B: Biological Sciences (1613). 20120042 páginas. ISSN 0962-8436. doi:10.1098/rstb.2012.0042. Consultado em 2 de novembro de 2021 
  4. Emlen, Stephen T.; Oring, Lewis W. (15 de julho de 1977). «Ecology, Sexual Selection, and the Evolution of Mating Systems». Science (4300): 215–223. ISSN 0036-8075. doi:10.1126/science.327542. Consultado em 2 de novembro de 2021 
  5. Rubenstein, Dustin R. (2019). Animal behavior. John Alcock Eleventh edition ed. Sunderland, MA: [s.n.] OCLC 1022077347 
  6. Szekely, T.; Lessells, C. M. (outubro de 1993). «Mate Change by Kentish Plovers Charadrius alexandrinus». Ornis Scandinavica (4). 317 páginas. doi:10.2307/3676794. Consultado em 2 de novembro de 2021 

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