Terror Branco (Espanha)

Mulheres suplicando aos soldados rebeldes pela vida de seus familiares prisioneiros, Constantina (Sevilha), 1936.

Na Espanha, Terror Branco (também conhecido como la Represión Franquista, "repressão franquista") foi a série de atos de violência politicamente motivada, estupros e outros crimes cometidos pelo movimento Nacionalista durante a Guerra Civil Espanhola (17 de julho de 1936 a 1 de abril de 1939) e durante a ditadura de Francisco Franco (1 de outubro de 1936 a 20 de novembro de 1975) [1] Os assassinatos em massa dos lealistas republicanos espanhóis, que incluíram adeptos da Frente Popular, liberais, socialistas, trotskistas, comunistas, anarquistas, protestantes, livres-pensadores, intelectuais e outros, além de pessoas rotuladas como separatistas catalães e bascos e maçons,[2] ocorreram a partir do início da Guerra Civil Espanhola, em julho de 1936, e continuou inabalável até 1945.[3][4]

As atrocidades nacionalistas, o qual as autoridades ordenaram a erradicar qualquer vestígio de "esquerdismo" na Espanha, foram prática ideológica comum. A noção de uma limpieza (limpeza) era uma parte essencial da estratégia dos rebeldes de direita e o processo de assassinato começava imediatamente após os nacionalistas terem capturado uma área.[5] Na zona controlada pelos rebeldes, os militares nacionalistas, a Guarda Civil e a Falange fascista realizavam a violência em nome do regime, o qual era ideologicamente legitimado pela Igreja Católica Romana.[6][7]

Os historiadores da Guerra Civil Espanhola em geral concordam que o número de mortos do Terror Branco foram maiores do que o número de mortos do Terror Vermelho, porque o Terror Branco ocorreu como uma questão da política nacionalista formal. Os assassinatos continuaram até 1945, seis anos após o fim da Guerra Civil Espanhola, em 1939. A maioria das estimativas do número de mortos do Terror Vermelho variam de 38.000 a 72.344 pessoas;[8][9] estas estimativas incluem, entre outras, a obra coletiva Víctimas de la guerra civil (vítimas da Guerra Civil), que atingiria a 50.000 pessoas;[10] Hugh Thomas (55.000 pessoas) [11] e Julián Casanova (inferior a 60.000 pessoas).[12] Ao mesmo tempo, as estimativas do número de mortos do Terror Branco, tal como 200.000 pessoas para Paul Preston,[13] variam de 150.000 a 400.000 pessoas.[14][15]

A Lei de Responsabilidades Políticas (Ley de Responsabilidades Políticas), reformada em 1942 e em vigor até 1966, foi promulgada em 1939, a fim de dar uma cobertura legal à sangrenta repressão realizada durante o desmantelamento das instituições republicanas espanholas, bem como para penalizar aqueles que haviam permanecido leais ao governo legalmente constituído no momento da rebelião militar de julho de 1936 contra a República Espanhola.[16]

O atual governo espanhol se recusa a abrir os arquivos históricos que permitiriam que especialistas e historiadores esclarecessem o destino das vítimas do regime franquista.[17]

  1. Beevor, Antony. The Battle for Spain: The Spanish Civil War 1936–1939 Weidenfeld and Nicholson (2006), pp.89–94.
  2. Encyclopædia Britannica, 15th ed., vol. 21, p. 836.
  3. Preston, Paul. The Spanish Civil War: Reaction, revolution & revenge Harper Perennial (2006) London. p. 52.
  4. Graham, Helen. The Spanish Civil War: A Very Short Introduction Oxford University Press (2005) p. 136.
  5. Beevor (2006). p. 98.
  6. Beevor (2006). pp. 88–89.
  7. «El silencio de los obispos: La Iglesia Católica de España y los niños perdidos del franquismo un año después.». En el pais de los niños perdidos 
  8. Beevor, Antony. The Battle for Spain: The Spanish Civil War 1936-1939. Penguin Books. 2006. London. p. 87.
  9. de la Cueva, Julio. "Religious Persecution", Journal of Contemporary History, 3, 198, pp. 355-369.
  10. Santos Julía, Julián Casanova, Solé y Sabaté, Joan Villarroya, Francisco Moreno. Víctimas de la Guerra Civil. Editorial Temas de Hoy. Madrid. 1999. p. 410.
  11. Thomas, Hugh. The Spanish Civil War Penguin Books. 2001. London. p. 900.
  12. Casanova, Julián. The Spanish Republic and Civil War. Cambridge University Press. 2010. New York. p. 181.
  13. Preston, Paul. (2012). The Spanish Holocaust Harper Press. London p.493.
  14. Julián Casanova, Francisco Espinosa, Conxita Mir, Francisco Moreno Gómez. Morir, matar, sobrevivir. La violencia en la dictadura de Franco. Editorial Crítica. Barcelona. 2002. p. 8.
  15. Richards, Michael. A Time of Silence: Civil War and the Culture of Repression in Franco's Spain, 1936-1945. Cambridge University Press. 1998. p.11
  16. «La Ley de Responsabilidades Políticas, un arma más de represión durante el franquismo». Los ojos de Hipatia 
  17. CARMEN REMÍREZ DE GANUZA (29 de março de 2015). «Los historiadores, contra Margallo por negarse a abrir los archivos». ELMUNDO 

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