Teste de Turing

Interpretação mais comum do Teste de Turing, segundo a qual o jogador C, o interrogador, fica incumbido de tentar determinar qual jogador - A ou B - é um computador e qual é um humano. O interrogador limita-se a usar as respostas às perguntas escritas, a fim de tomar a decisão.[1]

O Teste de Turing testa a capacidade de um computador de exibir comportamento inteligente equivalente ao de um ser humano, ou indistinguível deste. No exemplo ilustrativo original, um jogador humano entra em uma conversa, em linguagem natural, com outro humano e uma máquina projetada para produzir respostas indistinguíveis de outro ser humano. Todos os participantes estão separados um dos outros. Se o juiz não for capaz de distinguir com segurança a máquina do humano, diz-se que a máquina passou no teste. O teste não verifica a capacidade de dar respostas corretas para as perguntas; mas sim o quão próximas as respostas são das respostas dadas por um ser humano típico. A conversa é restrita a um canal de texto, como um teclado e uma tela para que o resultado não dependa da capacidade da máquina de renderizar áudio.[2]

O teste foi introduzido por Alan Turing em seu artigo de 1950 "Computing Machinery and Intelligence", que começa com as palavras: "Eu proponho considerar a questão 'As máquinas podem pensar?'". Já que "pensar" é difícil de definir, Turing preferiu "trocar a pergunta por outra, a qual está relacionada à anterior, e é expressa em palavras menos ambíguas".[3] A nova pergunta de Turing é: "Há como imaginar um computador digital que faria bem o 'jogo da imitação?"'.[4] Turing queria que esta questão pudesse ser respondida. No restante do artigo, ele argumenta contra as principais objeções à proposta que "máquinas podem pensar"[5] o cientista afirmou ainda que, se um computador fosse capaz de enganar um terço de seus interlocutores, fazendo-os acreditar que ele seria um ser humano, então estaria pensando por si próprio.[6]

Muitos eventos que visaram a utilização prática do Teste de Turing já ocorreram, como o Loebner Prize, que acontece anualmente desde 1990 e é dito como o "primeiro teste de Turing".[7] Há controvérsias se os testes desses eventos são ou não válidos.

Desde 1950, o teste provou ser, ao mesmo tempo, altamente influente e criticado, e é um conceito fundamental da filosofia da inteligência artificial.[1][8]

  1. a b Saygin 2000.
  2. Turing sugeriu o uso de um teletipo, um dos poucos sistemas de comunicação restritos a texto existentes em 1950. (Turing 1950, p. 433)
  3. Turing 1950, p. 433.
  4. (Turing 1950, p. 442) Turing não chama sua ideia de "Teste de Turing", mas de "Jogo da Imitação"; porém, a literatura posterior reservou este termo para uma versão específica do teste. Veja # As versões do teste de Turing, abaixo. Turing dá uma versão mais precisa da questão mais tarde no mesmo artigo: "Estas questões são equivalentes a esta: "Vamos fixar nossa atenção um computador digital em particular, vamos chamá-lo de C. É possível que, modificando o computador para que tenha uma capacidade de armazenamento adequado, aumento substancial de velocidade e dando a programação adequada, C possa realizar a parte A do jogo da imitação, se a parte B for feita por um humano?"(Turing 1950, p. 442)
  5. Turing 1950, pp. 442–454 and veja Russell & Norvig (2003, p. 948), onde eles comentam: "Turing examinou uma variedade de possíveis objeções a possibilidade da inteligência das máquinas, incluindo todas as que foram levantadas no meio século desde o lançamento de seu artigo."
  6. noticias.seuhistory.com/ Pela primeira vez na história, um supercomputador conseguiu pensar por conta própria
  7. Hugh G. Loebner (2014). «Home Page of The Loebner Prize in Artificial Intelligence "The First Turing Test"». Hugh G. Loebner. Consultado em 28 de maio de 2015 
  8. Russell & Norvig 2003, pp. 2–3 and 948.

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