Tocarianos

 Nota: Se procura pelo ramo de línguas extintas da família indo-europeia, veja Línguas tocarianas.
Tocarianos
Família real tocariana da cidade-estado oásis de Cucha (Rei, Rainha e jovem Princesa de cabelos loiros), Caverna 17, Grutas de Kizil. c. ano 500, Hermitage Museum.[1][2][3][4]
População total

630.000 segundo o Shiji (após o ano 130 a.C.), caso se considere os iuechis como sendo tocarianos.[5]


144.317 na Bacia do Tarim do século I, segundo o censo no Hanshu, considerando-se os Estados-oásis de Cucha (em chinês, Jiuzi; 81.317 habitantes), Agni (em chinês, Yanqi; 32.000 habitantes), Acsu (em chinês, Gumo; 24.500 habitantes) e Turfã (6.500 habitantes).[6]

Regiões com população significativa
Bacia do Tarim do primeiro milênio (atual Xinjiang, China)
Línguas
Línguas tocarianas
Religiões
Budismo e outras

Os tocarianos ou tocários eram falantes das línguas tocarianas, línguas indo-europeias conhecidas por cerca de 7.600 documentos de cerca de 400 a 1.200 d.C., encontradas no extremo norte da Bacia do Tarim (atual Xinjiang, China).[7] O nome "tocariano" foi dado a essas línguas no início do século XX por estudiosos que identificaram seus falantes com um povo conhecido nas fontes gregas antigas como Tókharoi (latim Tochari), que habitou a Báctria desde o século II a.C. Esta identificação é geralmente considerada errônea, mas o nome "tocariano" continua sendo o termo mais comum para as línguas e seus falantes. Seu nome étnico real é desconhecido, embora eles possam ter se referido a si mesmos como Agni, Kuči e Krorän, ou Agniya, Kuchiya, conforme se sabe a partir dos textos sânscritos.[8]

As comunidades agrícolas apareceram pela primeira vez nos oásis do norte do Tarim por volta de 2.000 a.C. Alguns estudiosos vincularam essas comunidades à cultura de Afanasievo encontrada anteriormente (c. 3.500–2.500 a.C.) na Sibéria, ao norte do Tarim, ou a cultura do BMAC da Ásia Central. As primeiras múmias do Tarim datam de c. 1.800 a.C., mas não está claro se elas estão ligadas aos tocarianos de dois milênios depois.

Por volta do século II a.C., esses assentamentos haviam se desenvolvido em cidades-estado, ofuscadas pelos povos nômades ao norte e pelos impérios chineses ao leste. Estas cidades, a maior das quais era Cucha, também serviam como estações intermediárias no ramal da Rota da Seda que corria ao longo da borda norte do deserto de Taclamacã.

Durante vários séculos, a bacia do Tarim foi governada pelos Xiongnu, pela dinastia Han, pelo Império Tibetano e pela dinastia Tang. A partir do século VIII, os uigures – falantes de uma língua turca – estabeleceram-se na região e fundaram o Reino de Qocho que governava a Bacia do Tarim. Os povos das cidades-estado de Tarim misturaram-se com os uigures, cuja antiga língua uigur se espalhou pela região. Acredita-se que as línguas tocarianas tenham sido extintas durante o século IX.

  1. References BDce-888、889, MIK III 8875, now in the Hermitage Museum.«俄立艾爾米塔什博物館藏克孜爾石窟壁畫». www.sohu.com (em chinês) 
  2. Image 16 in Yaldiz, Marianne (1987). Archèaologie unFd Kunstgeschichte Chinesisch-Zentralasiens (Xinjiang) (em alemão). [S.l.]: BRILL. p. xv. ISBN 978-90-04-07877-2 
  3. "The images of donors in Cave 17 are seen in two fragments with numbers MIK 8875 and MIK 8876. One of them with halo may be identified as king of Kucha." in Ghose, Rajeshwari (2008). Kizil on the Silk Road: Crossroads of Commerce & Meeting of Minds. [S.l.]: Marg Publications. p. 127, note 22. ISBN 978-81-85026-85-5  "The panel of Tocharian donors and Buddhist monks, which was at the MIK (MIK 8875) disappeared during World War II and was discovered by Yaldiz in 2002 in the Hermitage Museum" page 65,note 30
  4. Le Coq, Albert von; Waldschmidt, Ernst (1922). Die buddhistische spätantike in Mittelasien, VI. [S.l.]: Berlin, D. Reimer [etc.] pp. 68–70 
  5. So, Francis K. H. (2009). «In Search of the Lost Indo-Europeans in Chinese Dynastic History». In: Findeisen, Raoul David. At Home in Many Worlds: Reading, Writing and Translating from Chinese and Jewish Cultures : Essays in Honour of Irene Eber (em inglês). [S.l.]: Otto Harrassowitz Verlag 
  6. Høisæter, Tomas Larsen (2013). Beyond the White Dragon Mounds. The polities of the Tarim Basin in the first three centuries CE, their rise and importance for trade on the Silk Road. Universidade de Bergen.
  7. (Mallory 2015).
  8. Namba Walter, Mariko (1998). «Tokharian Buddhism in Kucha: Buddhism of Indo-European Centum Speakers in Chinese Turkestan before the 10th Century C.E.» (PDF). Sino-Platonic Papers. 85: 2, nota 4 

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