A vida humana é o princípio de movimento imanente que opera nos seres geneticamente pertencentes à espécie humana. O consenso científico é que a ontogênese humana, assim como a de todos os demais mamíferos, se inicie no momento da fertilização do óvulo pelo espermatozóide e com o surgimento de um novo ser organicamente autônomo e com disposição ativa para se desenvolver coordenadamente, denominado zigoto, e termine no momento da morte natural.[1][2]
O início da personalidade, por sua vez, é um tema complexo e altamente discutido. Alguns juristas do movimento favorável ao aborto argumentam que se a personalidade acaba com a interrupção da atividade encefálica, o momento do início da personalidade humana também deveria iniciar com o início da atividade encefálica, o que não é aceito pelos juristas do movimento pró-vida que defendem que os embriões já teriam autonomia orgânica mesmo antes da formação do sistema nervoso central, atributo que, para os defensores da morte encefálica, não existiria nas pessoas que possuem tal diagnóstico.[3] Este debate, entretanto, diz respeito à questão filosófica do início da personalidade, não à questão biológica do início da vida humana (ontogênese).[1]