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Xogum (
Quando os primeiros exploradores portugueses entraram em contato com os japoneses, durante o Período Nanban, em 1543, estes descreveram as condições japonesas em analogia, comparando o imperador ao papa, que possuía grande autoridade simbólica mas pouco poder político e o xogum aos governantes europeus seculares, como por exemplo, o Sacro Imperador Romano. Assim, os portugueses chegaram a usar o termo "imperador" em referência ao xogum, por exemplo, no caso de Toyotomi Hideyoshi, a quem os missionários chamaram de "Imperador Taicosama" (de Taiko e do sama honorífico).[4] Atualmente xogum é comparado com termos como "ditador militar"[5] ou "generalíssimo"[6] com a finalidade de explicar as suas funções a um público não familiarizado com a história do país.
Desde o século XII até 1868[7] o xogum constituiu-se como o governante de facto de todo o país, embora teoricamente o Imperador fosse o legítimo governante e depositasse a autoridade no xogum para governar em seu nome.[8] Durante este tempo, o Imperador viu-se obrigado a delegar completamente qualquer atribuição ou autoridade civil, militar, diplomática e judiciária a quem detivera tal título.[9]
Ao governo comandado por um xogum, ou a ditadura militar exercida por um xogum, denominado em português como xogunato, em japonês como bakufu (
Durante a história do Japão existiram três governos xogunatos, com o primeiro a estabelecido em 1192 por Minamoto no Yoritomo, conhecido como "Xogunato Kamakura". Tal governo era controlado por apenas três membros do clã Minamoto, pois o poder fora usurpado pelo clã Hōjō, que sob o título de regentes nomeavam crianças e jovens para xoguns, que removiam do poder ao cumprirem os vinte anos.
O segundo xogunato é conhecido como "Ashikaga" e foi fundado em 1338 por Ashikaga Takauji. Durante este xogunato, quinze membros do clã Ashikaga mantiveram o cargo até Oda Nobunaga, um proeminente estratega militar do período Azuchi-Momoyama, remover o xogum em 1573.[11] Oficialmente o governo de Yoshiaki durou até 1588, quando este renunciou ao seu cargo,[12] embora a maioria dos historiadores assegurem que o xogunato de facto terminou em 1573.[13][14]
O terceiro e último foi o "xogunato Tokugawa", instituído oficialmente por Ieyasu Tokugawa em 1603[15] e culminou em 1868, depois da renúncia ao cargo de Tokugawa Yoshinobu,[16] quando o Imperador Meiji retomou o seu papel como protagonista na vida política do país e a figura do xogum foi abolida.