Zen

 Nota: Para outros significados, veja Zen (desambiguação).
Templo Busshinji da escola zen soto, na cidade de São Paulo, no Brasil
A flor de lótus, a espécie de flor que foi supostamente usada durante o Sermão da Flor

Zen é o nome japonês da tradição Ch'an, que surgiu na China por volta do século VII.[1] O Zen costuma ser associado ao Budismo do ramo mahayana.[2] Foi cultivado, inicialmente, na China onde recebeu influências taoistas[3] e posteriormente migrou para o Japão, Vietnã e Coreia. A prática básica do zen japonês é o zazen (literalmente, "meditar sentado"), tipo de meditação contemplativa que visa a levar o praticante à "experiência direta da realidade" através da observação da própria mente.[4][5]

Tal como o conhecemos hoje, ele só foi possível devido à forte influência que o Budismo na China sofreu do taoismo.[6] Para alguns estudiosos, o zen é uma síntese dessas duas correntes de pensamento (Budismo e Taoísmo).[7]

O Zen enfatiza autocontrole rigoroso, a prática da meditação, a percepção da natureza da mente (見性, Ch. jiànxìng, Jp. kensho, "perceber a verdadeira natureza") e a natureza das coisas, e a expressão pessoal dessa intuição na vida cotidiana, especialmente para o benefício de outros.[8][9] Como tal, não enfatiza o mero conhecimento de sutras[9][10][11] e doutrina e favorece a compreensão direta através da prática espiritual e da interação com um professor[12] ou mestre realizado.

Os ensinamentos do Zen incluem várias fontes do pensamento Maaiana, sobretudo Iogachara, os sūtras Tathāgatagarbha, o Laṅkāvatāra Sūtra e a escola Huayan, com ênfase na natureza de Buda, na totalidade e no ideal Bodisatva.[13][14] A literatura prajñāpāramitā,[15] bem como o pensamento madhyamaka, também foram influentes na formação da natureza apofática e às vezes iconoclasta da retórica zen.[6]

No Zen japonês, há duas vertentes principais: soto e rinzai. Enquanto a escola soto dá maior ênfase à meditação silenciosa, a escola rinzai faz amplo uso dos koans, ou "enigmas". Atualmente, o Zen é uma das escolas budistas mais conhecidas e de maior expansão no Ocidente. Popularizadores do Zen incluem Reginald Horace Blyth, D. T. Suzuki, Alan Watts e Philip Kapleau, que publicaram vários livros entre 1950 e 1975, contribuindo ao interesse crescente no Ocidente, bem como a publicidade por parte dos poetas beat.[16]

  1. TSAI, C. C. Zen em quadrinhos. Tradução de Clara Fernandes. 2ª edição. Rio de Janeiro. Rio de Janeiro. Ediouro. 1997. p. 9.
  2. Keown, Damien. Oxford Dictionary of Buddhism. Nova Iorque, Oxford University Press, 2003, p.167
  3. Tsai Chih Chung (1998). Wisdom of the Zen Masters. [S.l.]: Anchor. p. 19 
  4. TSAI, C. C. Zen em quadrinhos. Tradução de Clara Fernandes. 2ª edição. Rio de Janeiro. Rio de Janeiro. Ediouro. 1997. p. 17-18.
  5. HANDA, F. Coleção primeiros passos: o que é zen. São Paulo. Brasiliense. 1991. p. 17.
  6. a b Andre van der Braak (2011), Self Overcoming Without a Self, p.117
  7. BLOFELD, J. Taoismo: o caminho para a imortalidade. Tradução de Gílson César Cardoso de Souza. São Paulo. Pensamento. p. 64.
  8. Yoshizawa 2010, p. 41.
  9. Sekida 1989.
  10. Poceski.
  11. Borup 2008, p. 8.
  12. Yampolski 2003a, p. 3.
  13. Dumoulin 2005a, p. 48.
  14. Lievens 1981, p. 52–53.
  15. Dumoulin 2005a, p. 41–45.
  16. Aitken 1994.

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