WikiLeaks

WikiLeaks
Gênero MediaWiki
Cadastro público
Idioma(s) árabe, alemão, coreano, espanhol, francês, inglês, japonês, norueguês, português, russo, turco, ucraniano
Lançamento dezembro de 2006
Endereço eletrônico WikiLeaks.org

WikiLeaks é uma organização transnacional sem fins lucrativos, sediada na Suécia,[1] que publica, em sua página, postagens de fontes anônimas, documentos, fotos e informações confidenciais, vazadas de governos ou empresas, sobre assuntos sensíveis. A página foi construída com base em vários pacotes de programas (software), incluindo MediaWiki, Freenet, Tor e PGP.[2] A WikiLeaks abandonou o formato wiki em maio de 2010 a favor de um processo de seleção de documentos coordenado por revisores anónimos. Documentos que não cumprem os critérios editoriais são rejeitados.[3]

A página, administrada por The Sunshine Press,[4] foi lançada em dezembro de 2006 e, em meados de novembro de 2007, já continha 1,2 milhão de documentos.[5] Seu principal editor e porta-voz é o australiano Julian Assange, jornalista e ciberativista.[6]

Ao longo de 2010, WikiLeaks publicou grandes quantidades de documentos confidenciais do governo dos Estados Unidos, com forte repercussão mundial. Em abril, divulgou um vídeo de 2007, que mostra o ataque de um helicóptero Apache estado-unidense, matando pelo menos 12 pessoas - dentre as quais dois jornalistas da agência de notícias Reuters - em Bagdá, no contexto da ocupação do Iraque. O vídeo do ataque aéreo em Bagdá (Collateral Murder) é uma das mais notáveis publicações da página.[7][8] Outro documento polêmico mostrado pela página (site) é a cópia de um manual de instruções para tratamento de prisioneiros na prisão militar estado-unidense de Guantánamo, em Cuba.[9] Em julho do mesmo ano, WikiLeaks promoveu a divulgação de uma grande quantidade de documentos secretos do exército dos Estados Unidos, reportando a morte de milhares de civis na guerra do Afeganistão em decorrência da ação de militares norte-americanos. Finalmente, em novembro, publicou uma série de telegramas secretos enviados pelas embaixadas dos Estados Unidos ao governo do país.

Como aliados, atraiu os meios tradicionais El País, Le Monde, Der Spiegel, The Guardian e The New York Times, com o intuito de divulgar conteúdo secreto da diplomacia americana. Recebeu manifestações de apoio de chefes de Estado como Luiz Inácio Lula da Silva e Vladimir Putin, que defenderam sua liberdade.[10] Em 2 de fevereiro de 2011, o WikiLeaks foi indicado ao Prêmio Nobel da Paz,[11][12] pelo parlamentar norueguês Snorre Valen. O autor da proposta disse que o WikiLeaks é "uma das contribuições mais importantes para a liberdade de expressão e transparência" no século XXI. "Ao divulgar informações sobre corrupção, violações dos direitos humanos e crimes de guerra, o WikiLeaks é um candidato natural ao Prêmio Nobel da Paz", acrescentou.[13]

O WikiLeaks, contudo, também é alvo de duras críticas. Eles são acusados de manter laços com o governo russo e ter os serviços de inteligência da Rússia como sua principal fonte de informações.[14] O site e seus organizadores são acusados de manipular o conteúdo que vazam, dando mais importância a informações a respeito do Ocidente e negligenciado dados danosos com relação ao Kremlin, levando especialistas em política externa a apontar uma postura primordialmente pró-russa e anti-ocidental no trabalho do WikiLeaks.[15]

  1. Haddow, Douglas (7 de abril de 2010). «Grim truths of Wikileaks Iraq video». London: The Guardian 
  2. «Is Wikileaks accessible across the globe or do oppressive regimes in certain countries block the site?». Wikileaks. 2008 
  3. Dave Gilson. «WikiLeaks Gets a Facelift» (em inglês). Mother Jones. Consultado em 15 de maio de 2021 
  4. Fundraising drive
  5. «Wikileaks has 1.2 million documents?». About Wikileaks 
  6. McGreal, Chris. Wikileaks reveals video showing US air crew shooting down Iraqi civilians, The Guardian, 5 de abril de 2010.
  7. «5 pioneering Web sites that could totally change the news»  por Paulina Reso. Daily News 20 de maio de 2010.
  8. «Current Google Insights trends: Wikileaks posts clasified military video». The Independent. 12 de abril de 2010 
  9. «Wikileaks diz já ter vazado mais de um milhão de documentos»  O Globo / BBC, 26 de julho de 2010.
  10. Kiper, em "Mini-CV Julian Assange", disponível em: "http://www.psafe.com/blog/mini-cv-julian-assange/"
  11. «WikiLeaks ganha indicação para o Nobel da Paz». R7. 1 de fevereiro de 2011 
  12. «WikiLeaks Nominated For Nobel Peace Prize» (em inglês). CBS News. 1 de fevereiro de 2011 
  13. «WikiLeaks é indicado para o Prêmio Nobel da Paz»  Por Wojciech Moskwa. Yahoo, 2 de fevereiro de 2011.
  14. «The WikiLeaks-Russia connection started way before the 2016 election». Vox.com. Consultado em 13 de setembro de 2021 
  15. Jenna McLaughlin (17 de agosto de 2017). «WikiLeaks Turned Down Leaks on Russian Government During U.S. Presidential Campaign». Foreignpolicy.com. Consultado em 13 de setembro de 2021 

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