A mania das tulipas (em neerlandês: tulpenmanie) foi um período durante o Século de Ouro dos Países Baixos, quando os preços contratuais de alguns bulbos da tulipa recém-introduzida e da moda atingiram níveis extraordinariamente altos. A maior aceleração começou em 1634 e então entrou em colapso dramático em fevereiro de 1637.[2] É geralmente considerada como a primeira bolha especulativa ou bolha de ativos registrada na história.[3] De muitas maneiras, a mania das tulipas foi mais um fenômeno socioeconômico então desconhecido do que uma crise econômica significativa. Não teve nenhuma influência crítica sobre a prosperidade da República Holandesa, que foi uma das principais potências econômicas e financeiras do mundo no século XVII, com a maior renda per capita do mundo de cerca de 1600 a cerca de 1720.[4][5] O termo "mania das tulipas" agora é frequentemente usado metaforicamente para se referir a qualquer grande bolha econômica quando os preços dos ativos se desviam dos valores intrínsecos.[6][7]
Os mercados a termo surgiram na República Holandesa durante o século XVII. Entre os mais notáveis centrou-se no mercado de tulipas, no auge da mania das tulipas.[8][9] No auge da mania das tulipas, em fevereiro de 1637, alguns bulbos de tulipa eram vendidos por mais de dez vezes a renda anual de um artesão habilidoso. A pesquisa é difícil por causa dos dados econômicos limitados da década de 1630, muitos dos quais vêm de fontes tendenciosas e especulativas.[10][11] Alguns economistas modernos propuseram explicações racionais, ao invés de uma mania especulativa, para o aumento e queda dos preços. Por exemplo, outras flores, como o jacinto, também tiveram preços iniciais altos na época de sua introdução, que caíram à medida que as plantas foram propagadas. Os altos preços dos ativos também podem ter sido motivados por expectativas de um decreto parlamentar de que os contratos poderiam ser anulados por um pequeno custo, diminuindo assim o risco para os compradores.
O evento de 1637 ganhou atenção popular em 1841 com a publicação do livro Memorando de Extraordinários Engodos Populares e a Loucura das Multidões, escrito pelo jornalista escocês Charles Mackay, que escreveu que chegou ao ponto de serem negociados cinco hectares (12 acres) de terra por um bulbo de Semper Augustus.[12] Mackay afirmou que muitos investidores foram arruinados pela queda dos preços, e o comércio neerlandês sofreu um choque severo. Embora o livro de Mackay seja um clássico, seu relato é contestado. Muitos estudiosos modernos acreditam que a mania não era tão destrutiva quanto ele descreveu.[13][14][15]